08/03/2010

Trinta

Não lembre de mim em poesias passadas
Não faça de um encontro algo para ser superado
Não relembre amor no amor que virá
Eu descobri a sorte de um futuro sonhado
Eu conto meus segredos e você me esmaga num poema feliz?
Não
Não
Pare
Ninguém além de mim sabe onde estou e o que eu quero
Não faça de mim uma borracha para apagar tuas mágoas e teus erros
Não faça de mim uma tinta para pintar e borrar a tua dor
Não fale de mim como questão a ser decorada
Não fale de mim como algo a ser esperado

Não
Não
Não faça de mim uma borracha para apagar teus amores passados
Não sou retorno de dor
Não sou retorno de velho amor
Não sou expectativa frustrada
Sou a curva da tua estrada
Sou a lua na tua janela
Sou teu beijo roubado
Sou a dança na sala

Não brinque comigo de criança
Não me escreva em papel de carta
Não me interrompa quando eu te digo: sou mais que um poema feliz

Agora eu entendo
Compreendo
Leio e releio
Gero uma receita?
Configuro?

Não
Não faça de mim uma borracha para apagar tuas mágoas
Eu tenho as minhas lembranças
Eu tenho passado não apagado, mas riscado
Mas eu não misturo no papel minha letra com tua letra

Devaneios
Eu quero conquistar uma voz
E que ela cante
Que essa voz me faça viver e morrer
Nunca misture
Não cometa o crime de matar meu amor
Como vai apagar isso?

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