20/03/2010

Caminho de casa

o meu lugar era de festa
o meu caminha era reto, lógico
até chegar em casa
caminhei
caminhei
reto
lógico
contei quadrados
pensei em estrelas
vi a lua
senti saudades de adolescentes
escutei violão
desejei voltar
viver
acordar
amar
toda vez que eu acordo lembro de você
continuei caminhando
pensando, e agora?
em que momento eu 'tô' da minha vida?
em passos
falsos
escuros
estava com medo
mas segui caminhando
tropecei
cai
levantei
cheguei em casa

8 de abril

não quero te dar apenas uma parte dos meus anos. Te quero dono do meu tempo e dos meus planos nesse dia. Quero que você seja o meu universo, que encha cada um dos meus pensamentos e que a tua presença seja o alimento - não apenas mais um dia da semana. Cada sonho que há em mim quero entregar-te. Este é o meu desejo. Que na manhã seguinte seja o meu pensamento e a luz em minha janela. 27 anos.

19/03/2010

Fim sem começo

Eu tenho que rir da desgraça de letras, somente há pontos finais
Acho que meu sofrimento é querido, amável
Eu tenho que chorar pelos meus números, 26 anos
Acho que minha infelicidade é linda, paranóica
Agora não te quero mais, algo diz que minha alma partiu
Meus extremos são três
Meu amor não é mais um, é zero
Você não acreditou em mim, e isto está na minha mente
Eu estou doente, caíram os dentes
Você não pode mais me alcançar, e agora não posso mais falar
Agora que os dentes caíram, não grito pelo teu nome mais
I want to translate
I want my teeth
O doce acabou esta noite, o salgado voltou
Acho que meu paladar estragou e não quero mais provar
Eu fico com a água, gelada
Eu fico com as lágrimas, mornas
Eu apago o cigarro, pela metade
The return of light
Você me deixou na bagunça desse sentimento
Eu peço que não volte mais até eu arrumar
Eu tenho que parar de rir da minha desgraça e arrumar a bagunça que você deixou
Você, que nem sei quem é, esquece que sou do sul e não quero norte
Apenas uma vez causei estragos
Apenas uma vez me estragaram, e foi você nessa noite
Meus dentes caíram e a música acabou
Não volte mais aqui, me deixe sofrer como eu quero
Não fale mais, me deixe viver a minha dor
Não escreva mais, não faça de conta que é o que quer
No fim de tudo - não passo de palavras não é mesmo?
Irrelevante, avante!
Eu não menti, eu sou infeliz e agora durmo com a minha desgraça
Desgraçada risada
Tudo que me tornei no dia 19 de março de 2010: palavras em vão e pouca expectativa
Quero que as flores morram. Sem reticências, nem vírgulas agora.
Coloco ponto final no começo.
Não se preocupe, eu dou risada da desgraça.
Flores secas e amarelas pra virada que não virou.
Eu comecei sendo menos para quem queria mais e agora eu sou mais para quem quer de menos.
Flora, apague a luz.

15/03/2010

Greta

Como posso pensar na morte de todas as formas se não conheço o amor?
Evitar fugas em barcos ancorados e enferrujados, nadar contra a maré.
Como posso descobrir o saber do além desse mundo esculpido por solidão e derrotas?
Seres humanos hipócritas quem mentem em dizer que amam atrás de linhas inimigas.
Como escolher meu fim?
Salvar o que poderia ser um amor de um atropelamento...
Ideia de morrer aos 23, aos 27 mudança radical. Como viver e esperar chegar o amor?
Diarios de adolescentes me fazem chorar quando lembro.
O que eu sou agora?
Ajoelhada recolho minhas lágrimas que escorrem... não forço nada, elas apenas caem...
Lembrar da praça, de quando éramos algum significado para a vida.
Lembrar, lembrar e lembrar... quando a vida passa, só lembramos de um amor que passou e agora nada mais chega.
Escrever para quem? Dedilhar solos sombrios para qual alma?
Em que céu você foi parar - me diz a estação.
Em que inferno se meteu - me diz a poltrona.
Esses dários, esses dias, esses anos todos eu só amei você e mais ninguém, e mesmo assim ainda fujo sem tentar me libertar de ti.
Você que permanece nos meus sonhos a cada paixão, sai de mim por favor
Eu quero matar ou morrer
Eu te escrevo cartas que não chegam
Eu te faço morada quando há tempestades
Eu te torno rei de si
Como posso escolher morrer se o amor não chegou?
Como eu pude enviar flores para quem não vem?
Como eu posso me derramar assim por tantos fantasmas?
Eu fecho meus olhos e minha boca, eu atravesso mundos e paradigmas
E eu escuto tudo que não quero de você
Será na noite de sábado a tua volta?
Será no domingo o meu abandono?
Minhas fotos não me mostram e as minhas escritas não te dizem nada
Eu que virei mais o não do que sim, que fui mais preto do que branco, que sou mais má do que boa, que sou mais nada do que tudo - eu te amei dentro do meu coração injusto
E agora como posso esperar a morte chegar?
Como posso desfigurar o meu rosto pra te mostrar que eu cresci?
Quando alguém calar a todas as perguntas estarei no túmulo relutando em ganhar flores
Mais morte sobre morte
Este estranho vazio deste domingo traz a volta da minha desilusão escancarada
Esse domingo sem nuvens pra passar o tempo traz de volta a amargura da espera
E quando penso em você que nem sei quem é me enforco em suicídios perambulantes de horas
A espera da morte dos segundos
Despejar tudo aquilo que queremos um do outro é empatar amor e morte
Quero morrer nesse domingo sem sorte

14/03/2010

Tears and Rain

Eu quero render a alma agora
Minhas roupas se tornaram minha pele ontem
Há mentiras que congelam minhas verdades
Eu queria ter escolhido a escuridão ao invés do calor
Como eu quero gritar alto no vento
Eu não encontro significados

Acho que é hora de correr para o Rio, achar conforto na dor
O prazer pode nos afastar dos problemas por 5 dias
Dorian Gray
Não há mais nada hoje do que lágrimas e chuva
Eu quero destrancar minha mente e libertar minhas lembranças infantis
Eu vi o céu e o inferno
Eu conheci o bem e o mal
Eu sou preto no teu branco
Como eu gostaria de poder me salvar
Como eu gostaria de entender estes 25 dias que faltam até o amor
Eu estou gelada de medo

Eu acho que é hora de correr para o Rio
Não há mais nada hoje, apenas lágrimas e chuva.

Reverso do verso da mente que mentia

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