15/03/2010

Greta

Como posso pensar na morte de todas as formas se não conheço o amor?
Evitar fugas em barcos ancorados e enferrujados, nadar contra a maré.
Como posso descobrir o saber do além desse mundo esculpido por solidão e derrotas?
Seres humanos hipócritas quem mentem em dizer que amam atrás de linhas inimigas.
Como escolher meu fim?
Salvar o que poderia ser um amor de um atropelamento...
Ideia de morrer aos 23, aos 27 mudança radical. Como viver e esperar chegar o amor?
Diarios de adolescentes me fazem chorar quando lembro.
O que eu sou agora?
Ajoelhada recolho minhas lágrimas que escorrem... não forço nada, elas apenas caem...
Lembrar da praça, de quando éramos algum significado para a vida.
Lembrar, lembrar e lembrar... quando a vida passa, só lembramos de um amor que passou e agora nada mais chega.
Escrever para quem? Dedilhar solos sombrios para qual alma?
Em que céu você foi parar - me diz a estação.
Em que inferno se meteu - me diz a poltrona.
Esses dários, esses dias, esses anos todos eu só amei você e mais ninguém, e mesmo assim ainda fujo sem tentar me libertar de ti.
Você que permanece nos meus sonhos a cada paixão, sai de mim por favor
Eu quero matar ou morrer
Eu te escrevo cartas que não chegam
Eu te faço morada quando há tempestades
Eu te torno rei de si
Como posso escolher morrer se o amor não chegou?
Como eu pude enviar flores para quem não vem?
Como eu posso me derramar assim por tantos fantasmas?
Eu fecho meus olhos e minha boca, eu atravesso mundos e paradigmas
E eu escuto tudo que não quero de você
Será na noite de sábado a tua volta?
Será no domingo o meu abandono?
Minhas fotos não me mostram e as minhas escritas não te dizem nada
Eu que virei mais o não do que sim, que fui mais preto do que branco, que sou mais má do que boa, que sou mais nada do que tudo - eu te amei dentro do meu coração injusto
E agora como posso esperar a morte chegar?
Como posso desfigurar o meu rosto pra te mostrar que eu cresci?
Quando alguém calar a todas as perguntas estarei no túmulo relutando em ganhar flores
Mais morte sobre morte
Este estranho vazio deste domingo traz a volta da minha desilusão escancarada
Esse domingo sem nuvens pra passar o tempo traz de volta a amargura da espera
E quando penso em você que nem sei quem é me enforco em suicídios perambulantes de horas
A espera da morte dos segundos
Despejar tudo aquilo que queremos um do outro é empatar amor e morte
Quero morrer nesse domingo sem sorte

Um comentário:

  1. Retribuindo a visita:

    Em infinitos domingos suicidas sem querer morrer, nos fazemos no clastro dos sentimentos, singulares ao mundo, porém somos irresponsáveis ao assumir a culpa pela nossa prórpia solidão desejada na morte! Somos órfãos de nossa prórpia existência ao cobiçar a morte como única solução e parceira... ao desejar ter quem nem sabemos quem é, somos o o vazio plasmado no espelho da alma!

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Reverso do verso da mente que mentia

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