07/10/2011

Pessoas

E tem pessoas que nem as diásporas explicam
E são vazias que nem as culturas decifram
E são burras que nem a idade as atualizam

E para as pessoas que não sabem nada
Só a modernidade da desterritorialização
Só a exclusão da marginalização
Sobra a experiência de uma rede online

E são pessoas que a individualização expulsa para uma festa
E lá, confraternizam com outras pessoas individualizadas
E individualizadas permanecem na manhã seguinte
Numa nuvem do Google
Numa frase do Facebook
Num passado do Orkut
Num álbum de fotografias pós-produzida


Pessoas que nem a globalização decifra
Que nem a memória retrata
Pessoas que nem os livros ensinam
Que nem a vergonha tapa


As pessoas individualizadas
Cheias de amigos virtuais
Nem as diásporas explicam
Nem a morte clareia
Nem a modernidade condena

03/10/2011

Ainda há nada...

E na virada eu cai
na folha só o rascunho
só os erros valeram
e eu sai da tua vida sem demorar

não adianta
não faz
não fala
não mente mais pra mim


e na calçada eu não caminho mais
e no tombo eu não levanto
e na sede eu não bebo
na abstinência eu uso

vai pra longe
morre pra mim
faz uma música
não me escreve mais

é só o álcool
é a morte dançando na memória
os pulsos lá no quintal
minha vida marginal


não tento achar nada
só a cinza
a ponta
a fumaça


guardo meu sangue pra taça
guardo minha vingança
ainda te pego na saída da vida
só um velho sem cabelo

Reverso do verso da mente que mentia

Reverso do verso da mente que mentia
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